Cuidados e riscos de práticas: Fisting ou Fist Fucking

Cuidados e riscos de práticas: Fisting ou Fist Fucking

O fisting ou fist fucking é uma prática sexual que consiste na introdução anal ou vaginal da mão/punho/ braço. A distensão do local e de toda a área vaginal/ anal provoca sensações intensas e prazerosas, devido à quantidade de terminações nervosas dessas zonas.

A prática de Fisting, apesar de ser considerada uma prática hardcore, desperta cada vez mais interesse, em parte pelo acesso à pornografia, pela exploração da sexualidade individual e mesmo por acessórios em lojas eróticas.

Como todas as práticas em BDSM, esta prática permite a exploração de sensações, indo para além da dor. Permite experiênciar um elevado nível de prazer, um conhecimento dos próprios limites e sinais do seu corpo.

A pessoa que faz o fisting deve respeitar e compreender os limites do outro, contribuindo para que esses limites sejam ultrapassados, estando atento durante a prática aos sinais de dor/prazer manifestados pela outra pessoa.

Como fazer?

A triade do fisting: paciência, comunicação e muito lubrificante.

Começar inserindo um ou dois dedos lubrificados na vagina ou ânus, de forma estimulante e erótica. Podendo ainda ser utilizados outros estímulos eróticos em completariedade para aumentar a excitação. O relaxamento e o aumento da excitação promovem uma dilatação dos músculos, podendo ser adicionados mais dedos à medida que deixa de existir restrição.
Depois de introduzir os dedos, o pulso deve ir rodando lentamente, enquanto a mão é introduzida, tendo em atenção a lubrificação adequada.

Insere-se os dedos até que entrem o polegar e as articulações.

O posicionamento das mãos: ao contrário do que possa indiciar, não se insere o punho como se de um soco se tratasse- embora com a experiência adequada isso possa ser um objetivo.

Geralmente é um processo muito mais gradual, em que se juntam os dedos de forma a deslizarem o melhor possível e a ocupar o menor diâmetro.

Estimular com movimentos de fecho/abertura ou rotação da mão, de forma suave, na vagina ou no ânus, tendo sempre em atenção a reação e tolerância da outra pessoa.

  • O fisting também pode ser praticado como forma de autosatisfação e excitação sexual, quando o próprio praticante introduz a sua mão.

Cuidados e riscos:

Esta prática é uma prática segura mas exige cuidados e responsabilidade, pois existem riscos associados. Os mais comuns são as dores, muitas vezes causadas por uma introdução abrupta, por lubrificação insuficiente, por incompatibilidade pélvica /púbica/intestinal (tamanho e profundidade da vagina e seus órgãos próximos ou posição, estrutura e sensibilidade intestinal) e possibilidade de transmissão de infeções. Pelas exigências da prática e para desta desfrutar, deve haver confiança entre as pessoas que a praticam e conhecimento dos riscos.

  • Usar lubrificante com lubrificante e mais lubrificante:

Em fisting anal utilize lubrificante à base de silicone, mais suave e com uma atuação mais duradoura. É importante perceber que o ânus não possui um lubrificante natural. Isso significa que o risco de dor e ruptura é alto se não for usado lubrificante de forma e quantidade adequada.
Em fisting vaginal preferir lubrificante à base de água, evitando a irritação das mucosas.


Não usar lubrificantes à base de óleo, podem promover infeções e não são compatíveis com métodos contracetivos de barreira, mesmo depois de 24 horas.


Não usar saliva como lubrificante, além de não ser lubrificante o suficiente, pode ser fonte de contágio de IST's.

  • Em caso de dor aguda, hemorragia ou grande desconforto parar imediatamente a prática.
  • Lavar as mãos e a extensão do pulso antes de iniciar a prática.
  • Ter atenção às unhas, que devem estar bem cortadas (sem arestas) e limpas,de forma a evitar o risco de irritação / corte dos tecidos da vagina/ânus e intestino.
  • Não usar anéis, pulseiras ou unhas postiças.
  • Usar uma luva descartável, bem lubrificada. A superfície lisa da luva torna a entrada mais suave, diminuindo o risco de lesão dos tecidos e esfincter, sendo também um método de barreira de proteção, impedindo a transmissão de infeções. A mucosa anal não é impermeável aos agentes causadores de IST (Infeções Sexualmente Transmissíveis), sendo a prática não protegida uma potencial entrada dos mesmos.

O risco de transmissão de IST não ocorre apenas em situações de mútuo contacto de genitália, podendo ser também transmitido noutras formas de contacto sexual, principalmente quando o risco de micro escoriações da mucosa está mais presente como é o caso de práticas de fisting. O the Centers for Disease Control and Prevention (CDC) chega a alertar que "o sexo anal e o fisting são práticas com maior risco de transmissão de HIV" em comparação de outras formas de sexo.
- Fazer limpeza intestinal antes de iniciar a prática de fisting anal. Praticantes frequentes devem fazer uma dieta saudável para promover o bom funcionamento intestinal. Em caso de patologia ou alteração a nível intestinal esta prática NÃO deve ser feita.

  • Fisting anal não causa hemorroidas, mas pode irritar caso seja uma condição já existente e provocar dor. Em situações mais graves de patologias no cólon, como fístulas, a prática não é recomendada.
  • Não existe incompatibilidades da prática de fisting vaginal em mulheres que utilizem o dispositivo intrauterino como método contracetivo. No entanto, em qualquer prática sexual podem existir deslocações do DIU e por isso as consultas de rotina são essenciais. Seja honesta e transparente com o/a seu médico/a assistente e caso necessário encurte o tempo entre consultas de rotina.
  • Em caso de sangramento vaginal nos dias posteriores à prática, contacte o seu ginecologista.
  • Em caso de dores de estômago, cólicas abdominais e/ou febre alta procure assistência médica urgente. Apesar de raro, principalmente quando o fisting anal é efetuado com segurança, pode ocorrer rompimento da parede intestinal e provocar um caso agudo de peritonite.
    Além de febre e dores de estômago (graves) ou cólicas abdominais, outros sintomas de peritonite incluem perda parcial de consciência, perda de sangue e inchaço abdominal.